NOITE DE CANTIGAS
APRESENTAÇÃO
Falar de Abril é um impulso individual inevitável em quem, como eu, fez deste acontecimento o seu objecto de estudo mais persistente e apaixonante, mas também uma imposição a que, naturalmente, se compromete o colectivo dos «Caminhos da Memória», consagrado aliás no seu estatuto editorial. Ou seja: a nossa condição de caminhantes da memória não nos obriga só a percorrer esforçadamente os atalhos e veredas dos territórios mais sombrios da ditadura; também nos concede o supremo júbilo de passear pelas avenidas ensolaradas que a Revolução rasgou. Se essas largas avenidas acabaram em congestionadas rotundas em que, em constante pára-arranca, procuramos sem êxito as saídas, isso é já outra história, ou melhor, outro andamento da história.
"CABECITA LOIRA" José Silva
"MENINO DO BAIRRO NEGRO" José Silva
Hoje, emprega-se o termo "revolução" para designar outros movimentos noutros campos. Temos, por exemplo, a "revolução tecnológica", a "revolução das telecomunicações" ou a "revolução informática". Enquanto isto acontece, os historiadores tornam-se cada vez mais parcimonioso na utilização do conceito, que, sem saída no seu meio mais familiar, emigra para saberes mais sensíveis às transformações contemporâneas
"QUANTO É DOCE QUANTO É BOM" José Silva
"EPÍGRAFE PARA A ARTE DE FURTAR" José Silva
"SAPATEIRA" João Teixeira
"O VENTRE DA MINHA MÃE" João Teixeira
"AS BALAS" João Teixeira
LIBERDADE E DIGNIDADE
A liberdade foi um marco histórico na vida de Portugal, representado por vantagens e inconvenientes...
Esse momento em que se celebrou a liberdade política, a liberdade humana, a liberdade de expressão...momento que derrota o autoritarismo e elege a democracia como a sua bandeira política, momento em que a liberdade vence a opressão, momento em que a expressão vence a censura, de tal forma que me permite fazer este comentário neste momento...
Mas liberdade, liberdade, liberdade...não será liberdade a mais? Não terá sido esta excessiva liberdade que tenha permitido o aumento do despesismo, a desconfiança na nossa economia, o aumento da criminalidade, os rumores da corrupção com dinheiros públicos? Será que é necessária outra revolução? Penso que sim, essa revolução é mais que necessária, mas uma revolução de mentalidades, uma revolução na forma de ser e de estar de cada um, uma revolução que permita o rumo do país no mesmo sentido, que diminua as assimetrias e actue em função do equilíbrio que este país precisa para sair da cauda da Europa...
Que essa revolução de mentalidades surja o mais depressa possível, porque agora já não é com cravos que se vão resolver os totais problemas do país...
Gonçalo
"MARIA FAIA" José Ramalho/Daniel
"AMIGO MAIOR QUE O PENSAMENTO" José Ramalho/Daniel
"Encerramento" José Ramalho/Daniel / José Silva/ João Teixeira