Mais uma vez o Grupo de Teatro de Novelas conseguiu o hábito e que não é de admirar, sobretudo com uma chefia capaz e á altura de fazer recordar que Abril se encontra vivo.
José Ramalho e Daniel fizeram a abertura da noite de 24 de Abril, com música do Zeca, recordaram os tempos da solidariedade e de uma causa justa, a LIBERDADE.
Seguiu-se um artista de mérito Jorge Lomba com melodias que fizeram encantar os Novelenses e apesar de muita electrónica, conseguiu-se o efeito desejado de Abril. Uma revolução que virou uma página da história.
No entanto todos aqueles que defendem Abril com convicção, sabem que a revolução está a ser alvo da deturpação da história, do regresso ao passado e do comprometimento do futuro.
A política contrária a Abril, que atacou e pretende destruir tantas conquistas, continuando com “o eu quero, posso e mando,” isso sim, é que provocou algum desencanto com a democracia e por isso reflectiu-se na sala.
É necessário retomar o espírito de intervenção e de luta que Abril nos ensinou e que vale a pena.
Em Abril o povo quis que houvesse Revolução e fê-la na rua, nas fábricas, nos campos e nas escolas.
E este mesmo povo, que foi capaz de derrubar o fascismo, não se está a esquecer do aparecimento da nova classe de ricos, do capitalismo que se está a refazer e do sistema que é necessário alterar. Será com naturalidade que também esse mesmo povo inverterá o caminho do retrocesso democrático e social e conquistar um rumo urgente e necessário.
As injustiças e dificuldades fazem com que Abril se mantenha mais forte e com ideia de que Abril há-de voltar.
Se voltar tenho a certeza de que desta vez vai ser de vez.
Por mim eu cá estou para o abraçar dê no que vier a dar em Abril ou noutro mês.
Quanto ao resto, deixemo-nos de balelas, não é razão para preocupações como foi observado, isto até porque Abril continua a ser e será sempre a esperança para todos nós e por isso mesmo nunca vamos esquecê-lo.
Viva o 25 de Abril.
25 de Abril de 2009
Reinaldo Meireles
PALAVRAS E CANÇÕES - 1
Esta é a verdadeira história da Revolução do 25 de Abril, nesta peça podemos entender e até tirar uma pequena lição, de como por um pouco se fez muito, de quanto foram importantes as canções de Abril e as lutas constantes, contra uma ditadura em que o eu quero, posso e mando, e sobretudo a disparidade da desigualdade entre as classes, onde predominavam os ricos, acabou por derrubar o regime.
A história é mais do que evidente e levou a que acontecesse o que já se esperava, na noite de 24 de Abril de 74, a impossibilidade de controlar uma revolta do povo que se sentia oprimido levaram a uma revolução.
Hoje estamos atentos e vigilantes e a nossa preocupação isso sim projecta-se com o futuro que iremos deixar para as próximas gerações, onde um sistema em que os ricos foram ultrapassados pelos novos ricos, a classe média está a desaparecer, a pobreza é evidente e uma realidade, as desigualdades sociais, as injustiça, a falta de solidariedade, a falta de humanidade e dignidade levam-nos a lançar um novo olhar sobre a realidade.
No entanto devemos pensar seriamente:
Não devermos fazer com os outros, aquilo que não gostaríamos que outros nos fizessem.
Quem semeia ventos colhe tempestades.
Terminamos com um apelo a um mundo de paz, justo e igual, sem fome nem pobreza, e que estamos convictos de que esse dia virá a acontecer, pois caso contrário será necessário repensar Abril.
Por mim pode ser noutro mês.
Novelas 03 de Maio 2009
Reinaldo Meireles
PALAVRAS E CANÇÕES - 2
É desta forma que:
Sem querer que nos digam o que fazer, nem obriguem o que dizer
As palavras e canções, podem fazer revoluções!
CANTIGAS VOZES NA LUTA!
Pode fazer download de todas as músicas deste menu.
Para quem viveu o 25 de Abril, as vozes dos nossos cantores de intervenção continuarão sempre vivas como suaves e doces memórias dos tempos da Revolução.
No entanto perdeu todo o sentido para quem nasceu depois.
É necessário e um dever nosso continuar a ouvir e a recordar estes cantores, não apenas em efemérides, mas procurando corrigir a ausência de uma ponte de ligação à geração que se seguiu ao 25 de Abril, que alguém esqueceu de construir.
Estas vozes continuam votadas ao esquecimento e a situação é bem mais grave que no período salazarista. Agora não é devido à censura mas sim a uma enorme ingratidão manifestada numa amnésia colectiva que precisamos combater.
VIVA QUE CANTA
No mundo de hoje, regido pela febre do consumo e pelo dinheiro, a criatividade, o conhecimento acumulado ao longo de milhares de anos, o rico mosaico de culturas que conforma a nossa espécie, estão seriamente ameaçados. Os interesses económicos das multinacionais adulteraram todo o sentido destes conceitos. O que deveria servir a criação transformou-se em protecção ao investimento, impedindo inclusivamente o exercício efectivo dos direitos mais elementares do homem, tais como o direito à vida, ao conhecimento, à sua identidade e ao seu direito a participar activamente na vida cultural da sociedade.
DIREITOS DE AUTOR
Actualmente, o regime de direito de autor não satisfaz as necessidades da sociedade nem está de acordo com as possibilidades que o desenvolvimento tecnológico coloca nas suas mãos. Este sistema transformou-se em legitimador da submissão da cultura às leis do mercado, favorecendo a dominação económica e cultural dos povos. O direito de autor como direito humano deve ter implícito o equilíbrio entre o direito do autor à sua obra e o direito da sociedade a ter acesso a ela. Este equilíbrio foi quebrado, não a favor dos autores nem da sociedade, mas a favor dos que exercem os direitos em nome dos criadores, ou seja, os grandes monopólios da indústria editorial, informática, biotecnológica e do entretenimento.
A apropriação destes conhecimentos entra frequentemente em contradição com o direito à saúde, à vida, ao conhecimento e à educação. E são sempre estes que saem a perder.
Novelas 28 de Abril de 2009
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