terça-feira, 22 de dezembro de 2009

NOITES DE POESIA

GUERRA JUNQUEIRO

Hoje no Café Sociedade em Penafiel recordou-se GUERRA JUNQUEIRO o Novelartecine esteve presente e participou e recordou o Poeta.
Foi escrito em 1896… mas é de uma actualidade… este transmontano, se fosse vivo, o que diria hoje?

Texto de Guerra Junqueiro – Pátria – 1896

Um texto de Guerra Junqueiro

“Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta".



Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.


A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.”

Guerra Junqueiro, “Pátria”, 1896.


ATENEU COMERCIAL DO PORTO

O Novelartecine esteve presente em mais um evento no Ateneu Associação comercial, lá pode contemplar o riquíssimo requinte que um edifício como este contempla a traça original.
Historial
O Ateneu Comercial do Porto, Associação de Cultura, Instrução e Recreio, foi fundado em 29 de Agosto de 1869 e resultou da fusão de outras instituições congéneres que não vingaram, fundadas por comerciantes e caixeiros da cidade do Porto.
Por divisa escolheu "Inter Folia Fructus", que retracta o seu propósito de "... promover e cimentar relações de benevolência e boa sociedade entre os associados e proporcionar-lhes um passatempo honesto e civilizador por meio de reuniões ordinárias, dança e leitura, conversação e jogo lícito".



Associação ímpar no seu género, com cariz de clube privado, onde convivem actividades lúdicas e culturais, tem sede em edifício próprio, na Rua de Passos Manuel, n.º 44, desde Maio de 1885.
Dotado de magníficas instalações, dispõe de um salão nobre, polivalente, biblioteca, restaurante, bufete, bar, barbearia, sala de visitas, salas de jogos, salões de bilhar e sala de leitura, para além das salas D. Luís e Dr. Uva.
Desde as suas origens de sociedade recreativa, até às extravagâncias de clube burguês, não esquecendo a tradição dos bailes, saraus e tertúlias, onde sempre contou com a presença da velha e nova aristocracia, nunca deixou de se identificar com o Porto e os seus movimentos cívicos e culturais.
A sua peculiar identidade, permitiu-lhe acolher todas as elites, de distintas sensibilidades, poderes e contra - poderes, nunca assumindo conotações marcadas com qualquer grupo, sobrevivendo desta forma às vicissitudes do desenrolar da história. Seguramente, é esse o seu maior património, ou seja, uma cultura de pluralidade, tolerância e independência, face a qualquer credo político ou religioso, postura essa que continua a cultivar, contando entre os seus sócios, com nomes influentes de todos os quadrantes e tendências ideológicas.
É riquíssimo o historial desta Instituição e quiçá fastidioso para quem consultar esta página, enumerar os eventos de projecção nacional e internacional realizados ao longo de 140 anos de vida - durante os quais sempre convidou e abriu as suas portas aos cidadãos do Porto – e por onde passaram figuras de grande prestígio nacional e internacional, no domínio das letras, artes plásticas e cénicas, música, política e ciência.
Não menosprezando o seu valioso património artístico em quadros a óleo, escultura e faiança, bem como colecções de cariz numismático e medalhístico, a sua "jóia da coroa" é a Biblioteca, considerada uma das melhores bibliotecas privadas da Península Ibérica. O seu recheio bibliográfico é de grande valia, possuindo um espólio superior a 40.000 títulos e 80.000 volumes, destacando-se, de entre muitas raridades, a primeira edição de "Os Lusíadas", uma edição da Bíblia datada de 1500 e alguns escritos de Fernão Lopes.


JORGE DE SENA
















Mais uma noite de poesia levada a efeito na UNICEPE onde o Novelartecine marcou presença com algumas poesias de Jorge de Sena
Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, CRL


SOPHIA DE MELLO BRYNER

O Novelartecine teve o prazer de participar no reconhecimento de uma poetisa SOPHIA DE MELLO BRYNER que muita Luz, verticalidade e magia teve, sempre presentes quer na obra poética, quer na importante obra para crianças.



Sophia de Mello Breyner Andresen é, sem sombra de dúvida, um dos maiores poetas portugueses contemporâneos – um nome que se transformou, em sinónimo de Poesia e de musa da própria poesia.



Sophia nasceu no Porto, em 1919, no seio de uma família aristocrática. A sua infância e adolescência decorrem entre o Porto e Lisboa, onde cursou Filologia Clássica.
Após o casamento com o advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares, fixa-se em Lisboa, passando a dividir a sua actividade entre a poesia e a actividade cívica, tendo sido notória activista contra o regime de Salazar. A sua poesia ergue-se como a voz da liberdade, especialmente em "O Livro Sexto".
Foi sócia fundadora da "Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos"e a sua intervenção cívica foi uma constante, mesmo após a Revolução de Abril de 1974, tendo sido Deputada à Assembleia Constituinte pelo Partido Socialista.
Profundamente mediterrânica na sua tonalidade, a linguagem poética de Sophia de Mello Breyner denota, para além da sólida cultura clássica da autora e da sua paixão pela cultura grega, a pureza e a transparência da palavra na sua relação da linguagem com as coisas, a luminosidade de um mundo onde intelecto e ritmo se harmonizam na forma melódica, perfeita, do poema.



Luz, verticalidade e magia estão, aliás, sempre presentes na obra de Sophia, quer na obra poética, quer na importante obra para crianças que, inicialmente destinada aos seus cinco filhos, rapidamente se transformou em clássico da literatura infantil em Portugal, marcando sucessivas gerações de jovens leitores com títulos como "O Rapaz de Bronze", "A Fada Oriana" ou "A Menina do Mar".
Sophia é ainda tradutora para português de obras de Claudel, Dante, Shakespeare e Eurípedes, tendo sido condecorada pelo governo italiano pela sua tradução de "O Purgatório".

ANTERO DE QUENTAL



SONETOS




“Não é lisonjeando o mau gosto e as péssimas idéias das maiorias, indo atrás delas, tomando por guia a ignorância e a vulgaridade, que se hão de produzir as ideias, as ciências, as crenças, os sentimentos de que a humanidade contemporânea precisa”



Antero de Quental


NOITE DE POESIA E MÚSICA NA UNICEPE
Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, CRL


Em vésperas (dia 22) das comemorações do 25 de Abril a Unicepe homenageou, no encontro de poesia e música, o poeta que lapidarmente classificou a noite do fascismo como uma “noite de pedra”: Veiga Leitão. 



Ali se lembrou o que de humano, de fraterno, de promissor houve, e sempre haverá, na utopia do 25 de Abril. Ali se ouviram testemunhos, poemas, canções que sempre nos fizeram e fazem ainda vibrar de emoção. 
 
 

Ali se trocaram afectos e se afirmaram os valores eternos da liberdade e da solidariedade. A sala estava cheia. Quase se podia fazer uma revolução! Não se fez. Mas era clarinho que o espírito de Abril ria e saltitava por ali, na atmosfera daquela sala.

José Alves Silva

UNICEPE - Cooperativa Livreira
Poeta Agostinho da Silva

Estamos no meio de eleições. Aconteceu já no passado dia 7 de Junho para o parlamento Europeu. Teremos no próximo dia 27 de Setembro as Legislativas. Depois no dia 11 de Outubro as Autárquicas


 

Estamos, portanto, convocados a ir votar. Há quem torça o nariz. Mas a questão é séria. Exige ponderação. Pior do que votar mal é não votar. Abstermo-nos, em política, é sempre a pior opção.
Só a política é capaz de acabar com a fome, a miséria, a corrupção. Só a política pode assegurar a saúde, a segurança, a educação. Só a política nos pode conferir a liberdade, prosperidade e paz.
Por isso vamos votar. Em branco se for preciso. Mais vale votar em branco do que sentirmo-nos constrangidos a votar em políticos que o que nós mais queremos e precisamos é vê-los pelas costas.
No dia 24 de Junho, não houve eleições, mas houve, na unicepe, mais um encontro de poesia e música e correu muito bem. Foi uma maravilha!

José Alves Silva


Café Sociedade
Poeta António Nobre


António Nobre (1867-1900) nasceu no Porto, matriculando-se em 1888 no curso de Direito na Universidade de Coimbra. Como os estudos lhe corressem mal, partiu para Paris onde frequentou a Escola Livre de Ciências Políticas, licenciando-se em Ciências Jurídicas. De regresso a Portugal, tenta entrar na carreira diplomática, mas a tuberculose impede-o. Doente, ocupa o resto dos seus dias em viagens a procurar remédio para o seu mal, da Suíça à Madeira. Faleceu ainda muito novo na Foz do Douro. Obras poéticas: Só (publicada em Paris em 1892), Despedidas (1902) e Primeiros Versos

 Reinaldo Meireles

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