segunda-feira, 5 de outubro de 2009

DVD - 63 O SALTO "UM LOCAL A PRESERVAR"

EU NÃO ACHO JUSTO, NEM UM BOCADINHO!


Não tinham que deixar chegar o SALTO a este ponto.
Não tinham que ignorar, nós tínhamos todas as respostas,…todas as soluções., nós tínhamos tudo nas nossas mãos, mas ninguém fez nada por isso.
Daqui para a frente já não há preocupações com o futuro. Têm mais que se preocupar com o hoje, porque assim o SALTO não terá futuro.
Era mais uma questão política, uma questão de egoísmo, mas ninguém estava preocupado em salvar o SALTO. Estava toda a gente preocupado mais, em encher o bolso e não em preservar a natureza, locais bonitos como este.
E olhem só onde isto chegou.


Eu falei com os meus pais, era para aproveitar e dar ao SALTO, não era para tirar ou matar.
Se eu pudesse voltar no tempo, meu pai dizia que eu dava saltos de alegria, e chamaria a atenção, para um pouco mais de consciência.


Mas eu sei que no futuro não vai sobrar nada do que existe hoje.
Durante a primeira década do século XXI, os sinais da transformação estavam em todo o lugar. Eu lembro-me bem. Foi em 2009, foi quando pensei que realmente, que as coisas iam mudar.
Já fazia mais de uma década que o SALTO se sentia ameaçado, e então apareciam as primeiras histórias sobre a construção da nova ponte.
Os estudos apareceram, o rio e as construções não foram acautelados, os peixes começaram a desaparecer de tanto e tanto lixo.
Á medida que avançamos no tempo, o betão, os detritos e a poluição, faziam parte da sua destruição. Uma ponte.

 

Seria razão para não acautelar?
Toda a gente falava nisso, os jornais a televisão a Internet; a construção da nova ponte era uma realidade. As previsões sobre o futuro do SALTO eram sombrias, mas o SALTO como outros locais a preservar foram e serão sempre um objecto ignorado da evolução.
O assunto estava na pauta das entidades governamentais, eram necessárias acções imediatas para não deixar avançar o processo.
No ano de dois mil e nove era tempo, mais que suficiente para obrigar os responsáveis a preservar o SALTO. Mas nada disso aconteceu!
Se Portugal simplesmente cumprisse o que promete, lugares como estes eram sempre preservados, e pontes seriam sempre construídas noutros locais, e sem quaisquer impactos ambientais.
Tudo o que o governo precisava, era de fazer Portugal cumprir a lei e olhar lugares como este, para que servissem de exemplo e não queimar e destruir como vemos aqui à frente.
Vem uma ponte, depois vem o fogo, depois não sei que mais,… e a evolução é a destruição.
Fizeram exactamente ao contrário, comprometeram e não salvaguardaram os interesses locais.
Se as coisas não iam bem, foi fácil construiu-se uma ponte na sua frente. Ruído, impacto, esquecer a mãe natureza e o que mais é essencial.
E pensar que este era um dos problemas, fáceis de resolver. Era só alterar e não construir ali, mas faltou tentar, tentar de verdade.
Esquecer é mais fácil, e esqueceram o SALTO. Que dirão os chefes de família, com poucos filhos, que já não aguentam e não sabem o que fazer mais porque a evolução trás disto, só passaram 50 anos e tiraram a Filosofia da educação básica, e como o pensamento era reprimido, com a revolução tudo mudou.
Mas não era assim, e deu no que deu.
Quanto era bom, tomara banho no rio. Estou a lembrar-me que nessa altura, os palhaços eram o Rico e o Pobre e hoje o povo inteiro é meio palhaço, meio pateta e completamente pobre.
Os ambientalistas, e os cidadãos que se preocuparam, fizeram de tudo para convencer a alterar o traçado.
Acho que este governo não se quis comprometer a alterar o traçado, porque outros já assim o não fizeram em outras situações.
O que acontece é sempre um efeito dominó, mais e mais, sem olharem ao futuro.
Um local como o SALTO poderia ser maravilhoso e acabarão mais tarde ou mais cedo por destruí-lo.


Foram egoístas, não se preocuparam com o futuro do SALTO e com as próximas gerações.
Eu ouvi uma história que o meu avô, contou para a minha mãe. Que no passado, o passado era muito bom, tinha muitas árvores água limpa, peixes, podia-mos tomar banho no rio, e tinha também um local para piqueniques, levava-mos lanche e frutas. Como era bonito!
Hoje eu não entendo porque não fizeram nada. Eu acho que pensaram que se tornaria mais fácil, mais barato, além dos interesses pessoais. Mas deveriam saber, que nós tínhamos apenas um lugar como este, e várias hipóteses para a alterar.
Pára!
Que á malta com mais de 50, dá um aperto no coração, só de pensar que tudo isto é pura verdade, e que a nossa realidade é de fazer vergonha! E o pior, é que já ninguém sabe o que é "vergonha"!


Assim fizeram meu bisavô, meu avô, meu pai e eu. Não havia outra coisa no mundo além disso. E eu era muito feliz com isso. Mas é muito!
Saber isso é valioso, sem dúvida! Ali tudo era simples e profundo.
Existiam muito poucas coisas. E cada uma tinha um enorme valor!
Aqui todos temos relógio, lá tínhamos tempo.
O tempo a frescura e um rio.
Mas você não pode tocar a mesma água duas vezes, porque a água que passou, não passará de novo.

Novelas, 29 de Agosto de 2010.






Sem comentários:

Enviar um comentário

ENCOMENDA de DVD GRATUITA

Envie em baixo o comentário a solicitar o pedido de DVD gratuito.